Com o avançar do mundo contemporâneo, evolução das pessoas e das tecnologias que elas próprias criam; o que, em regra, deveria ser um fator agregador à condição humana, acaba seguindo um caminho antagônico. Em pleno século vinte um, final de sua primeira década, atitudes extemporâneas nos faz refletir quão difícil é conviver com as diferenças. Dentre as muitas, há diferenças sociais, culturais e regionais as quais sempre estiveram intrínsecas nas pessoas que, por óbvio, são diferentes. As diferenças sociais estão ligadas a aspectos econômicos de cada setor da sociedade, ou seja, quanto maior for a diferença entre as classes sociais, maior será a dificuldade de relação interpessoal. A condição de mais favorecido e menos favorecido, salvo exceções, é um estereótipo que nem sempre condiz com a realidade de cada um. As dissensões culturais aludem, muitas vezes, a meios externos, como por exemplo, a qualidade de ensino que o Estado tem o dever-poder de oferecer em detrimento do desenvolvimento educacional de cada um. A educação é desenvolvida enquanto houver vida e aqueles que obtiverem maior absorção ao longo da vida, terão, claramente, maiores chances de lograrem êxito àquilo que se propõem. Finalmente, as diferenças regionais, dentre muitas outras, tem que ver diretamente com a região onde estão as pessoas. Muitas vezes, o lugar originário de cada um acaba, pelos mais diversos motivos, estabelece diferenças de comportamento, de tratamento, limita determinados acessos que, por motivo de lei, não deveria ser limitado. A pobreza de um lugar e a riqueza de outro geram padrões de comportamento que, quando juntos, implicam choques culturais, nem sempre fáceis de serem resolvidos. Essa assimetria comportamental deveria ser excluída, ou pelos menos diminuída, desde a formação da personalidade, assim teremos uma sociedade diferente e igualitária ao mesmo tempo.
Existe lâmpada florescente? O que temos é a lâmpada fluorescente, a quem muitos também chamam de fosforescente, sem sê-lo.
Lá em casa somos em cinco Não se usa a preposição em nesse caso, ao menos na Língua Portuguesa: Lá em casa somos cinco. Estávamos cinco no automóvel.
Minha picape veio com dois estepes O substantivo picape, em qualquer caso, é uma palavra masculina: Meu picape veio com dois estepes.
Só fiz isto por desencargo de consciência Não podemos confundir descargo por desencargo, onde, este é desobrigação de um encargo; e, aquele significa alívio: Um filho que se forma é mais um desencargo de família para o pai. (desobrigação de encargo) O funcionário ficou satisfeito com o desencargo de vigiar o depósito. (desobrigação de encargo) Devolvi o dinheiro por descargo de consciência. (alívio) Por descargo de consciência, resolvi consultar um médico. (alívio)
A longo prazo Usa-se em nesse caso: em logo prazo, em curto prazo, em médio prazo.
Cagueta Essa é a palavra que o povo usa no lugar de alcaguete – que é o correto – também conhecido como dedo-duro.
Prefiro mil vezes escrever do que falar O verbo preferir não admite modificadores (mil vezes, milhões de vezes, muito mais, etc.), nem admite do que. Quem prefere, prefere alguma coisa a outra; no prefixo pré já existe a ideia de anterioridade desejada, tornando dispensável o uso de modificadores, portanto: Prefiro escrever a falar. As crianças preferem praia a piscina, calor a frio. Preferimos comer chuchu a jiló. É preferível praia a piscina. É preferível comer chuchu a comer jiló.
Justo hoje começa a chover? O advérbio correspondente neste tipo de frase é justamente: Justamente hoje começa a chover. Então, vem você brigar justamente comigo Susana.
Manicure, pedicure Em português existem apenas os manicuros e as manicuras; os pedicuros e as pedicuras. As formas manicure e pedicure estão vulgarizados porque muita gente prefere falar francês a falar português.
Existem algumas maneiras – práticas - para utilizarmos o uso correto das palavras. O verbo suspender, por exemplo, possui uma forma derivada: o substantivo suspensão; porém, como saberemos se este possui grafia com s ou ç? Primeiramente, teremos que entender – de forma bem clara – os conceitos de substantivo e de adjetivo.
Substantivo é tudo o que nomeia as coisas em geral, pode ser visto, pego ou sentido e será precedido por artigo (implícito ou não). Exemplo: Carro, o carro
Quanto à formação
Quanto à existência de radical, o substantivo pode ser classificado em:
Primitivo: palavras que não derivam de outras. Ex: flor, pedra, jardim Derivado: vem de outra palavra existente na língua. O substantivo que dá origem ao derivado (substantivo primitivo) é denominado radical. Ex: floreira, pedreira, motorista, jardineiro.
Quanto ao número de radicais, pode ser classificado em:
Simples: tem apenas um radical. Ex: água, couve, sol.
Composto: tem dois ou mais radicais. Ex: água-de-cheiro, couve-flor, girassol, lança-perfume.
Quanto ao tipo
Quando se referir a especificação dos seres, pode ser classificado em:
Concreto: designa seres que existem ou que podem existir por si só. Ex: casa, cadeira. Também concretos os substantivos que nomeiam divindades (Deus, anjos, almas) e seres fantásticos (fada, duende), pois, existentes ou não são sempre considerados como seres com vida própria.
Abstrato: designa idéias ou conceitos, cuja existência está vinculada a alguém ou a alguma outra coisa. Ex: justiça, amor, trabalho, etc.
Comum: denomina um conjunto de seres de maneira geral, ou seja, um ser sem diferenciar dos outros do mesmo conjunto. Ex: lobo, pizza, máscara. Próprio: denota um elemento individual que tenha um nome próprio dentro de um conjunto, sendo grafado sempre com letra maiúscula. Ex: Guilherme, Lucas, Richard, Brasil, Rio de Janeiro,Fusca.
Coletivo: um substantivo coletivo designa um nome singular dado a um conjunto de seres. No entanto, vale ressaltar que não se trata necessariamente de quaisquer seres daquela espécie. Alguns exemplos: Uma biblioteca é um conjunto de livros, mas uma pilha de livros desordenada não é uma biblioteca. A biblioteca discrimina o gênero dos livros e os acomoda em prateleiras. Uma orquestra ou banda é um conjunto de instrumentistas, mas nem todo conjunto de músicos ou instrumentistas pode ser classificado como uma orquestra ou banda. Em uma orquestra ou banda, os instrumentistas estão executando a mesma peça musical ao mesmo tempo. Uma turma é um conjunto de estudantes, mas se juntarem num mesmo alojamento os estudantes de várias carreiras e várias universidades numa sala, não se tem uma turma. Na turma, os estudantes assistem simultaneamente à mesma aula.
Quanto ao gênero Os substantivos flexionam-se nos gêneros masculino e feminino e quanto às formas, podem ser:
Substantivos biformes: apresentam duas formas originadas do mesmo radical. Exemplos: menino - menina, traidor - traidora, aluno - aluna. Substantivos heterônimos: apresentam radicais distintos e dispensam artigo ou flexão para indicar gênero, ou seja, apresentam duas formas uma para o feminino e outra para o masculino. Exemplos: arlequim - colombina, arcebispo - arquiepiscopisa, bispo - episcopisa, bode - cabra.
Substantivos uniformes: apresentam a mesma forma para os dois gêneros, podendo ser classificados em:
Epicenos: referem-se a animais ou plantas, e são invariáveis no artigo precedente, acrescentando as palavras macho e fêmea, para distinção do sexo do animal. Exemplos: a onça macho - a onça fêmea; o jacaré macho - o jacaré fêmea; a foca macho - a foca fêmea. Comuns de dois gêneros: o gênero é indicado pelo artigo precedente. Exemplos: o dentista, a dentista. Sobrecomuns: invariáveis no artigo precedente. Exemplos: a criança, o indivíduo (não existem formas como "crianço", "indivídua", nem "o criança", "a indivíduo"). Os substantivos compostos flexionam-se da seguinte forma quando ligados por hífen: se os elementos são ligados por preposição, só o primeiro varia: mulas-sem-cabeça. Se os elementos são formados por palavras repetidas ou por onomatopéia, só o segundo elemento varia: tico-ticos, pingue-pongues. Nos demais casos, somente os elementos originariamente substantivos, adjetivos e numerais variam: couves-flores, guardas-noturnos, amores-perfeitos, bem-amados, ex-alunos.
Adjetivo é uma palavra que caracteriza um substantivo atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser. Flexionam-se em gênero, número e grau. Sua função gramatical pode ser comparada com a do advérbio em relação aos verbos, aos adjetivos e a outros advérbios.
Da mesma forma que os substantivos, os adjetivos contribuem para a organização do mundo em que vivemos. Assim, distinguimos uma fruta azeda de uma doce, por exemplo. Eles também estão ligados a nossa forma de ver o mundo: o que pode ser bom para uns pode ser mau para outros.
Classificação dos adjetivos
Os morangos são vermelhos. Vermelhos caracteriza o substantivo morangos e, por isso, é um adjetivo
Quanto à semântica A classificação semântica dos adjetivos pode variar de acordo com o tipo de característica que exprimem. Alguns exemplos:
Cor: vermelho, amarelo, azul, preto, etc.
Forma: quadrado, redondo, triangular, etc.
Temperatura: quente, frio, morno, gelado, etc. Intensidade: forte, fraco, moderado, etc. Proporção: grande, médio, pequeno, nanico, enorme, etc. Qualidade: bom, bonito, amável, agradável, etc. Adjetivos gentílicos: brasileiro, português, paulista, carioca, lisboeta, etc.
Quanto à formação Com relação à formação das palavras, os adjetivos podem ser classificados em:
Primitivo: Não provém de outra palavra, e serve de base para a formação de outras palavras, em geral, substantivos abstratos. Exemplos: Triste é primitivo de tristeza; Negro é primitivo de negritude.
Derivado: Apresenta afixos e provém de outra palavra. Exemplos: Integral é derivado de íntegro (íntegro + sufixo -al); Amansado é derivado de manso (prefixo a- + manso + sufixo -ado).
Simples: É constituído de um só elemento: surdo, mudo, etc.
Composto: É aquele que é constituído de mais de um elemento: Plantão médico-cirúrgico,
Flexão de adjetivos Os adjetivos podem sofrer três tipos de flexão: por gênero, por número e por grau.
Flexão de Gênero Os adjetivos podem ser divididos em dois grupos em relação ao gênero.
Adjetivos uniformes: Apresentam uma única forma para os dois gêneros (masculino e feminino). Exemplos: empregado competente (masculino)/empregada competente (feminino)
Adjetivos biformes: Apresentam duas formas para os dois gêneros (masculino e feminino). Exemplo: o homem burguês (masculino)/a mulher burguesa (feminino)
Em geral, para formar o feminino, os adjetivos levam a vogal -a no final do adjetivo e para formar o masculino eles levam a vogal -o no final do adjetivo. Exemplo:
criativo (masculino)/criativa (feminino). Entretanto, pode haver exceções, como no caso dos masculinos terminados em -eu, que podem fazer o feminino em -eia (europeu, européia) ou em -ia (judeu, judia).
Flexão de Número O adjetivo flexiona-se no plural de acordo com as regras existentes para o substantivo.
Nos adjetivos compostos, como regra geral, só o último elemento vai para o plural. Exemplo: poemas herói-cômicos Há exceção para o adjetivo surdo-mudo, que faz o plural surdos-mudos. Não há variação de número nem de gênero para os seguintes casos:
adjetivos compostos com nome de cor + substantivo: olhos verde-mar adjetivo azul-marinho: calças azul-marinho. Locuções adjetivas formadas pela expressão cor + de + substantivo: chapéus cor-de-rosa. Os substantivos empregados em função adjetivas quando está implícita a ideia de cor: sapatos cinza. Regras para flexão de número para adjetivos compostos
Nos adjetivos compostos, só o último elemento vai para o plural. Exemplos: lente côncavo-convexas. Nos adjetivos cores, eles ficam invariáveis quando o último elemento for um substantivo. Exemplos: papel azul-turquesa/papéis azul-turquesa;
Flexão de Grau
A única flexão de grau propriamente dita dos adjetivos é entre o grau normal e o grau superlativo absoluto. Exemplos: magro – macérrimo (e não magérrimo),atual - atualíssimo, negro - nigérrimo, fácil - facílimo. Algumas palavras ainda admitem o grau comparativo de superioridade. Exemplos: grande - maior, bom - melhor. Comparativo de igualdade: Usa-se para expressar que um ser tem um grau de igualdade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: tanto...quanto, ...assim como..., tão...quanto, ...do mesmo jeito que..., e outras variações. Por exemplo: "Fulano é tão alegre quanto sicrano".
Comparativo de superioridade: Usa-se para expressar que um ser tem um grau de superioridade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: mais...que ou mais...do que. Exemplo: "José é mais alegre que Pedro".
Comparativo de inferioridade: Usa-se para expressar que um ser tem um grau de inferioridade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: menos...que ou menos...do que. Exemplo: "José é menos alegre que Pedro".
Superlativoabsoluto (analítico): Exprime um aumento de intensidade sobre o substantivo determinado pelo adjetivo, sem compará-lo com outros da mesma espécie. Exemplo: "José é muito alto".
Superlativo absoluto (sintético): É expresso com a participação de sufixos. O mais comum é –íssimo. Exemplo: “Trata-se de um artista originalíssimo”, “Seremos tolerantíssimos”.
Superlativo relativo de superioridade: Exprime uma vantagem de um ser entre os demais da mesma espécie. Exemplo: "José é o mais alto de todos".
Superlativo relativo de inferioridade: Exprime uma desvantagem de um ser entre os demais da mesma espécie. Exemplo: "José é o menos alto de todos".
Agora que já temos noções básicas acerca de substantivo e adjetivo, poderemos diferençar o uso de S, Z e Ç na formação das palavras. Para isso, usaremos uma regra simples que nos ajudará a entender melhor o processo de formação das palavras.
Todos os verbos que possuírem a terminação TER, TIR, DER, DIR MER MIR formarão o substantivo com S (salvo raras exceções). Note que é preciso trocar, exatamente, uma dessas teminações pela terminação SSÃO ou SÃO, ou seja, quando não for possível a exata substituição "ipsis litteris", a palavra será com Ç:
Verbo (Infinitivo)
converter
inverter
introverter
reter
conter
abster
reverter
intrometer
permitir
divertir
emitir
demitir
discutir
oprimir
suspender
apreender
ceder
conceder
ascender
estender
pretender
distender
decidir
aludir
expandir
colidir
evadir
iludir
progredir
explodir
persuadir
oprimir
comprimir
imprimir
Substantivo
conversão
inversão
introversão
retenção ( e não "ressão")
contenção (e não "conssão")
abstenção (e não "abssão")
reversão
intromissão
permissão
diversão
emissão
demissão
discussão
opressão
suspensão
apreensão
cessão
concessão
ascensão
extensão
pretensão
distensão
decisão
alusão
expansão
colisão
evasão
ilusão
progressão
explosão
persuasão
opressão
compressão
impressão
No verbo reter, por exemplo, se houvesse a exata troca do "ter" pelo "são" ou "ssão" o substantivo formado não teria sentido ("ressão") e, por isso, retenção não pode ser escrito com S.
Agora, veremos as palavras que suscitam dúvidas acerca de seu uso: usamos S ou Z? Basta analisarmos sua classe gramatical, por exemplo: o adjetivo horroroso. Como saberemos se é escrito com S ou Z? Basta analisarmos sua origem, pois se a palavra primitiva (que não deriva de nenhuma outra) for um substantivo (exemplo: o horror), formará um adjetivo com S (exemplo: é horroroso). Porém, se a palavra primitiva for um adjetivo (exemplo: é insensato), formará um substantivo grafado sempre com Z (exemplo: a insensatez). Note que o processo de avaliação é o oposto do primeiro exemplo: Se a palavra primitiva for substantivo, formará um adjetivo com S; e, o processo inverso, se a palavra primitiva for um adjetivo formará um substantivo com Z. A tabela abaixo ilustrará melhor os dois processos:
A palavra primitiva é substantivo e formará um adjetivo com S
Primitiva
(Substantivo)
(o) horror
(o) desastre
(a) habilidade
(o) monstro
(o) pecado
(o) crime
(o) gosto
(o) receio
(a) forma
(a) raiva
(a) vaidade
(o) charme
(a) dúvida
(a) queixa
(o) número
(a) audácia
(a) calúnia
(a) mentira
Derivada
(Adjetivo)
(é) horroroso
(é) desastroso
(é) habilidoso
(é) monstruoso
(é) pecaminoso
(é) criminoso
(é) gostoso
(é) receoso
(é) formoso
(é) raivoso
(é) vaidoso
(é) charmoso
(é) duvidoso
(é) queixoso
(é) numeroso
(é) audacioso
(é) calunioso
(é) mentiroso
Note que agora o processo é inverso, a palavra primitiva é adjetivo e formará um substantivo com Z :
Primitiva
(Adjetivo)
(é) belo
(é) insensato
(é) tímido
(é) mudo
(é) surdo
(é) embriagado
(é) grávida
(é) macio
(é) líquido
(é) lúcido
(é) rígido
(é) árido
(é) pálido
(é) aspero
(é) mole
(é) delicado
(é) fraco
(é) sutil
(é) leve
(é) ligeiro
Derivada
(Substantivo)
(a) beleza
(a) insensatez
(a) timidez
(a) mudez
(a) surdez
(a) embriaguez
(a) gravidez
(a) maciez
(a) liquidez
(a) lucidez
(a) rigidez
(a) aridez
(a) palidez
(a) aspereza
(a) moleza
(a) delicadeza
(a) fraqueza
(a) sutileza
(a) leveza
(a) ligeireza
Salvo algumas exceções pela riqueza do nosso idioma, essas regras nos ajudarão na grafia correta das palavras.
Um advogado é um profissional liberal, bacharel em Direito e autorizado pelas instituições competentes de cada país a exercer ojus postulandi, ou seja, a representação dos legítimos interesses das pessoas físicas ou jurídicas em juízo ou fora dele, quer entre si, quer ante o Estado. Esse profissional é uma peça essencial para a administração da justiça e instrumento básico para assegurar a defesa dos interesses das partes em juízo.
Por essa razão, a advocacia não é simplesmente uma profissão, mas, um munus público, ou seja, um encargo público, já que compõe um dos elementos da administração democrática do Poder Judiciário como servidor ou auxiliar da Justiça. Os advogados também são chamados a prestar consultoria jurídica que consiste na verificação de negócios importantes sob o aspecto legal, a fim de prevenir problemas de futuros e eventuais litígios.
O vocábulo deriva da expressão em latim'ad vocatus' que significa o que foi chamado que, no Direito romano designava a terceira pessoa que o litigante chamava perante o juízo para falar em seu favor ou defender o seu interesse.
Em Portugal só se pode exercer a profissão de advogado sendo licenciado em Direito (4 ou 5 anos consoante a faculdade, uma vez que a Convenção de Bologna veio alterar a estrutura do curso), e tendo feito um estágio de 24 meses no escritório de um patrono (colega com um minímo de 5 anos de exercício profissional).
O advogado-estagiário submete-se a um 1º exame após 6 meses de estágio para poder pleitear em tribunal (com algumas reservas) e ao fim dos 24 meses a uma prova de agregação à Ordem dos Advogados de Portugal e prova oral. Os 3 exames versam sobre Direito Processual Civil, Direito Processual Penal e Deontologia Profissional.
Advocacia no Brasil
No Brasil, para ser advogado, é preciso que, além do título de graduação como bacharel em Direito, obtenha a aprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e sua regular inscrição nos quadros da ordem. Em 2006, de acordo com o Ministério da Educação, existiam 1.066 cursos de Direito no Brasil.
A criação dos cursos jurídicos, uma exigência da conjuntura em face da independência nacional, era uma decorrência inevitável da militância liberal. Em 1825, o imperador instituiria, por decreto de 9 de janeiro, o ensino dos cursos jurídicos na cidade do Rio de Janeiro, regido pelos estatutos elaborados por Luís José de Carvalho e Melo, Visconde da Cachoeira. Este curso, entretanto, não chegou a ser inaugurado. A questão foi retomada pelo Parlamento em 1826. Um projeto de nove artigos, assinado por José Cardoso Pereira de Melo, Januário da Cunha Barbosa e Antônio Ferreira França, que receberia várias emendas, transformou-se na Lei de 11 de agosto de 1827, ano de fundação da Faculdade de Direito do Recife, hoje vinculada a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e da Faculdade de Direito do Largo de São Franscisco, atualmente vinculada a Universidade de São Paulo (USP).
Os advogados não podem ser inscritos se não estiverem no completo gozo dos direitos civis, como também em situações de insegurança do exercício de advocacia, ou incapazes de governar as suas posses e bens. Um advogado tem deveres, destacando-se, como exemplo:
não advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior;
não angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;
reclamar contra as violações dos direitos humanos e combater os abusos de autoridade.
É proibido ao advogado toda a índole de reclamo, anúncios, de publicação profissional, particularmente dado a saber os nomes dos seus clientes. Não deve favorecer, nem aceitar, o conhecimento de causas ou outras causas a si segredadas.
A Constituição Federal do Brasil dispõe no seu artigo 133 que "o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei".A Lei federal nº 8.906, de 4 de Julho de 1994, dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Rui Barbosa foi aclamado Patrono dos Advogados Brasileiros pelo Conselho Federal da Ordem, em 20 de dezembro de 1948.
Advocacia em Macau
Em Macau só se pode exercer a profissão de advogado sendo licenciado em Direito (4 ou 5 anos), e tendo feito um estágio no escritório de um patrono.A profissão é regulada pela Associação dos Advogados de Macau.No Brasil o dia do advogado é comemorado no dia 11 de agosto e também é a data da lei de criação dos cursos jurídicos no Brasil.
Advogado de Defesa
O advogado de defesa, ou simplesmente defensor, é quem defende o réu nos tribunais e tem a missão de em caso de inocência pedir absolvição ou garantir uma pena devidamente equilibrada, com aplicação das atenuantes cabíveis em cada caso.Na impossibilidade de custeio de um advogado o Estado se encarrega de indicar um defensor dativo ao acusado.
Advogado Dativo
Advogado dativo é aquele nomeado pelo magistrado para propor ou contestar ação civil, mediante pedido formal da parte litigante interessada que não possui condições de pagar custas do processo ou os honorários advocatícios. Na esfera penal, é o nomeado para defender o acusado que não tem defensor, ou, tendo-o, este não comparece aos atos do processo.